Escritos da Noite

Dias atrás, nos vi em outros. Estava eu, meio que distraída. Os pensamentos voavam em meio a devaneios, preocupações, "o desconhecido" quando duas moças - aparentemente na faixa dos 40 anos - sentaram ao meu lado no vagão do metrô. Não sou de prender minha atenção em algo por muito tempo como você bem sabe, mas meus olhos não queriam obedecer-me. Passei então a observá-las. O assunto da conversa parecia ser agradável já que ambas sorriam. Provavelmente algo atipico ou uma le mbrança engraçada. Os toques eram sutis, as palavras em sussurros bem próximas ao ouvido e os olhos... Ah! Os olhos. Brilhavam em admiração mútua, carinho, respeito, amor. Ali bateu-me a inveja. Desejei que aquele casal fôssemos nós em um fim de dia corriqueiro. Em nossa doce rotina. A última estação aproximava-se e as moças preparavam-se para sair. Quando as portas se abriram, elas se perderam em meio a multidão. E eu? Segui para casa pensando em tudo e nada. "Quando lhe achei

-Eu gosto de você. É uma pessoa especial, atenciosa, linda, mas não sei se estou preparada para entrar em um relacionamento sério. – Ariana tentava por em palavras o que sentia em seu intimo. -Não estou te cobrando um pedido de namoro obrigado. Quando se sentir a vontade voltamos a falar nesse assunto. – Blair respondeu depois de ponderar um pouco. -Assim, numa boa? – Ariana espantou-se. Todas as outras, as antecessoras nunca compreendiam essa questão. Para Ariana certas sit uações lhe privavam de ser ela mesma. De viver sua essência e a surpresa não se deu pela compreensão imediata de Blair, mas pela tranquilidade com a qual ela expressava-se. -Sim. – ela disse simplesmente. -Por quê? – Inquiriu. -Meu anjo, sua alma é livre. Não posso aprisioná-la. Sei o quanto presa sua liberdade e não estou aqui para cortar suas asas meu lindo Beija-flor. Quero ser a Rosa onde tu repousarás quando regressar de seus voos além mar. Ariana sorriu, aproximou-se de Blair e a