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Mostrando postagens de setembro, 2018

Arranjo - Capitulo V

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A desilusão é a quebra da idealização a respeito da pessoa amanda. É um sentimento amargo para quem o digere a duras penas. Dominick passaria por esses estágios.  V - É Tarde Demais As lágrimas desciam sem parar e eu já não conseguia ter uma boa visão do trânsito a minha frente. Reduzi a velocidade e fui parando no acostamento. Em meio à tristeza, veio-me um surto raivoso e comecei a esmurrar o volante transferindo para ele toda a culpa da minha letargia. Eu havia ficado de ir pegar as poucas coisas que restavam na casa de Ingrid. Atravessei a cidade assim que consegui me recompor. Ela morava em um bairro relativamente tranquilo em nossa cidade. Cheguei na portaria do prédio e interfonei. -  Pode subir. Entrei pelos portões com uma sensação estranha em meu peito. Um misto de saudade dos velhos tempos e angústia. O elevador parou no segundo andar. A fachada do apartamento havia mudado. As paredes foram pintadas em azul claro. Plantas ornamentavam o corredor

Arranjo - Capitulo IV

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Amar alguém é ver-se devoto de tal sentimento. O amor quando recíproco é bem vindo. Quando platônico é sonhador. Mas quando há uma noite e um segredo envolvido entre duas amigas?! Segredo esse que pode ser a ruína de um casamento. As vezes, mesmo na iminência de um Não, ainda é preferível arriscar a abdicar e sofrer pelo "se". IV - Cancela o sentimento  Alguns meses antes Eu havia acabado de sair do banho e pensava no que preparar para nosso café da manhã .  Ainda me perguntava como ela havia conseguido acertar o caminho da chácara debaixo de toda aquela chuva. Ainda mais no estado de quase embriaguez em que se encontrava. Entrei no quarto e ela permanecia na mesma posição. Deitada de lado na direção da janela de madeira de gameleira, nua. -Meu Deus, Katrina! Olha o tempo como está. - Abri a porta após uma buzina insistente e deparo-me com Kaká molhada e fedendo a bebida barata. - Entra. -Ai amiga. Só você... Eu nem sei mais o que fazer ou a quem rec

Arranjo - Capitulo III

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Uma conversa para pôr cada cifra em sua ordem. Mas e quando as notas dão um outro ritmo aquela conotação? Deve-se seguir conforme a canção ditada, solenemente, pelo coração. III - Melodia do seu Corpo Elas sentiam que era preciso uma conversa despida de receios, pudores e falsas aparências onde seriam expostos os sentimentos e mágoas. Ao olhar em seu relógio de pulso  Dumont,  dado por Katrina como presente pela conquista de um prêmio como compositora, deu-se conta do avançado das horas. Convidou a outra para iniciarem "A Conversa" em um local mais apropriado e longe dos ouvidos alheios. Como ambas estavam de carro, o destino definido era a residência de Helena. O trânsito entre as ruas estava tranquilo, pois o avançar das horas deixavam poucos, quase raríssimos, veículos transeuntes. Helena dirigia sem pressa seu  Renault Captur  do ano vigente. Um presente que ela se deu após seu antigo e estimado  Opala  precisar ser aposentado. O ambiente era preenchi

Arranjo - Capitulo II

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Se as batidas daqueles corações se fizessem audíveis, decerto um samba enredo poderia, facilmente se fazer escutar. Diante de seus olhos estava a possível solução para o tormento interno que lhes afligia. Através dos olhos quase tudo é revelado. Porém ainda se fazem necessárias algumas palavras. II - Canção da Admiração Aqueles olhos nublados ainda cultivavam a chama do amor, outrora vivido, e agora, perdido. O sorriso que um dia já lhe mostrou o brilho das constelações celestes, hoje mais parecia feito daquelas luzes artificiais vendidas em qualquer loja de conveniência.  Ela  havia emagrecido bastante ao ponto de deixá-la preocupada. O semblante, embora tentasse aparentar serenidade, mostrava a dor. As pequeninas mãos de ambas, uma vez unidas, não se soltavam por receio de se perderem uma outra vez em meio às muitas indefinições; o frágil fio da doce esperança. O medo poderia paralisar ou seria um ponto de partida para decisões? No caso delas, não foi o medo tampouco

Arranjo - Capitulo I

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Introspecção é o que move Helena desde o dia da assinatura de seu divórcio. Enquanto tenta encontrar a peça fundamental para seu Compasso, vê o mundo por outro ângulo. I - Samba Decadência   Tac. Tum tac. Tum tic tac. Tum tac. Tac. Enquanto esperava, tentava criar a batida que mais tarde se tornaria o arranjo musical da letra que estava a compor; o samba da sua vida. O  Compasso , sua casa noturna, estava lotada. Clientes fiéis e visitantes prestigiavam  As Audições , um concurso pensado e criado para a escolha de uma cantora fixa para o estabelecimento. Além dela, na mesa também estava seu sócio que nas horas vagas desempenhava o papel de irmão, um amigo deles que era produtor musical e sua inseparável carteira de cigarro;  Hollywood . Estava tentando parar de fumar na base de pequenas substituições. Experimentou os alternativos e sentiu efeitos piores do que uma ressaca no corpo. Optou por trocar uma das carteiras por café, a segunda por chicletes e assi