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Mostrando postagens de abril, 2018

O Convento - Capitulo IV - Conhecendo-a

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- Vamos, amiga? Será rápido.  Prometo . Com essa palavra, Adalgisa convenceu sua melhor amiga a ir na festa de aniversário da sobrinha do prefeito da cidade. Gisa ou Adalgisa era filha única de um casal de comerciantes e por não ter tido irmãos, foi criada com mimos e regalias dentro das possibilidades existentes na cidade. Negra do sorriso faceiro e dona de um poder de persuasão causador de inveja. O centro educacional de melhor qualidade era o colégio mantido pela igreja católica e as aulas eram ministradas, em sua maioria, pelas freiras. Foi na primeira série do ensino fundamental que ela e Morgana se conheceram. A afinidade inicial se deu pelo gosto em comum por maçãs vermelhas e suculentas e posteriormente, descobriram outros pontos. A amizade estendeu-se pelos anos seguintes, fortalecida na relação de confiança, companheirismo e cumplicidade. O local de produção seria a casa de Moema, outra integrante do grupo. As 19 horas, todas estavam prontas. Gisa vestia um

O Convento - Capitulo III - Renascer

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Desde seus primeiros minutos de vida, Ângela era pajeada pelas freiras residentes no convento. Todas queriam cuidar da pequena, o que causava certo alivio em Das Dores por saber que sua filha não seria rechaçada. Os primeiros meses de vida são os mais importantes tanto para a mãe quanto para a criança. O leite materno é o alimento ideal para a saúde do bebê e o contato através do tato entre mãe e filho é um elo de amor inquebrável. O pequeno anjo era a luz dos olhos de Conceição, a madre superiora, que tinha um grande apreço pela menina e sua mãe. Para a pequenina, aquela era sua “Tia Ciça”. Quando Ângela completou seus cinco anos, Das Dores foi acometida por uma enfermidade pouco conhecida naquela época, vindo a falecer quase oito meses depois. A menina ficaria sob a responsabilidade da madre até que completasse seus dezesseis anos, conforme algumas instruções da mulher, quando receberia um diário e a carta que lhe explicava muitas situações. Além da madre Conceição

O Convento - Capitulo - II - Aos olhos do Pai

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Dias atuais O sino da porteira ressoava anunciando a chegada de alguém. A madre superiora estava em seu escritório terminando de fazer, junto com a cozinheira, uma lista de compras de mantimentos e repassando os valores quando ouviram duas batidas na porta. -Entre, irmã. -Licença, madre. Há aqui um senhor, sua esposa e filha que gostaria de conversar com a senhora. -Peça que aguardem um pouco. Irmã Cintia, a jovem freira que os atendeu, os conduziu até uma sala de visitas com um sofá de madeira com acabamento e palhas e uma mesa também em madeira com quatro lugares, que dava acesso a uma das varandas do lugar. Algumas irmãs varriam o terreiro, outras estendiam as roupas nos varais, algumas noviças cuidavam dos animais e as freiras de idade avançada mexiam nos canteiros de horta, pomar e jardim que cultivavam. Tudo era feito com calma, sem pressa. Alguns olhares passavam rapidamente na direção daqueles três estranhos, mas pouco se demoravam sobre eles. Amaro

O Convento - Capitulo I - Prólogo

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Rancho Nossa Senhora das Dores, Sobreiro - Bahia, Março de 1948 -Força, menina. Já estou vendo. – Falava a freira, uma senhora de pele queimada do sol e mãos enrugadas. -Aaaaaahhhhh! Não posso. Não consigo. – Uma jovem beirando seus vinte e dois anos gritava de dor e cansaço em meio a força que fazia para ajudar seu bebê a vir ao mundo. -Só mais um pouco. – Uma outra freira massageava sua barriga na direção que a criança deveria sair. Um grito agudo e um choro. Sorrisos e orações de agradecimento. A primeira troca de calor corpóreo entre mãe e filha. Sim, uma linda menina negra, gordinha e cabeluda, de lindos olhos cor de cinza. -Qual o nome dela? – A parteira indagou. -Ângela. -Bem vinda ao mundo, pequena Ângela. Anjinho de Deus. Ergueu a criança como se mostrasse aos céus e a abençoou dando-lhe um beijo na testa e entregou a sua mãe para que desse o alimento da vida, leite.                                            *******************************

Novo Romance

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Sinopse: O rancho Nossa Senhora das Dores, na pequena cidade de Sobreiro, interior da Bahia, abriga o convento que leva o mesmo nome. Na maior parte do tempo, as freiras mais velhas e as jovens noviças convivem em harmonia. As paredes daquela antiga casa guardam os segredos de algumas de suas moradoras. Mas a chegada de uma moça, levada contra a sua vontade por seus pais, e a súbita doença da madre superiora trarão mudanças. Alguns segredos permanecerão ocultos para o bem comum. Obs.: Nesta estória serão abordados os temas como, violência fisica e sexual, tortura, além de pincelar sobre outras questões polêmicas. Sensíveis ao tema, por gentileza, não leiam. Grata, Dama da Noite.

Conto - Cabana dos Prazeres

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Sinopse:   Uma cabana desabitada e caindo aos pedaços descoberta por acaso por algumas crianças e adolescentes pode ser o cenário de muitas encontros e revelações de amores quase platônicos. Ingrid Lacerda e Bruniele Leite eram amigas inseparáveis desde a infância quando se conheceram na rua das mangueiras no bairro de Pituaçú. Era uma das ruas detrás do  Parque Metropolitano de Pituaçú  que dava acesso por um portão nos fundos ao parque. Ali as duas cresceram em meio a outras crianças que também habitavam aquele pedaço de paraíso em forma de lugar. O rio era utilizado para esportes aquáticos como os pedalinhos em forma de patos,  jet skys  e a natação. Mas havia uma parte do rio que era proibido banhistas e era nessa parte que os moradores do bairro pescavam e as mulheres lavavam roupa de ganho. A vida daquele povo era simples e sem luxo, mas o prazer e a solidariedade compensavam. Os jovens conheciam um caminho por entre as matas que dava para uma cabana vel

Microconto - A Flor e o Beija-flor

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Era uma vez um Beija-flor de semblante entristecido. Não tinha flores a beijar, suas asas não podiam voar. Passava seus dias no galho de uma frondosa macieira lamuriando suas tristezas. Em um bosque próximo, havia um jardim e uma pequena flor desabrochava para ouvir o doloroso cantar. As maiores flores caçoavam de sua doçura dizendo: -Que tola! Que burra! Jamais Beija-flor irá querer-te flor diminuta. E ela? Nada dizia. Rogava durante a noite as miraculosas estrelas para que um dia o detentor de sua admiração a notasse, não por seu pouco tamanho e sim pela grandeza de seu coração. O verão findou, outono cessou e o tenebroso inverno passou. Veio enfim a primavera, das flores belas. O Beija-flor, depois de muito tempo enclausurado, andou sobre a terra firme daquele imenso jardim. Houve um reboliço na flora. Todas queriam ser a eleita. E agora? A nada se atentava o pássaro. Seguiam um doce aroma no ar que o guiou até Ela . -Quem és tú, flor de rara beleza e maravilhoso odor? –