Sobre a (In)Visibilidade

Sobre a (In)Visibilidade

As Bi também sofrem (?)

Sim! Elas amam pessoas, independente do seu gênero, orientação sexual, crença ou credo e sofrem muito. "Ah! Por quê?" Porque além de serem discriminadas pelos heterossexuais ouvindo que "Bi é descaração", "Tem que decidir" e outras frases de cunho preconceituoso; também ouve da própria comunidade LGBT, principalmente das Lésbicas, algo que lhes dói intensamente. "Não vou ficar com fulaninha porque ela é Bi. Vai que ela sinta falta de um homem". É no mínimo desconcertante para quem ouve esse preconceito sendo destilado sob a forma de "preferência". Até porque fica implícito que se a pessoa for Bi, em algum momento da relação irá trair seu parceiro com alguém do sexo oposto.

"Ah! Para elas foi mais fácil se entender porque gosta de tudo mesmo". Outra afirmação errônea. Tenho conhecimento de casos onde as pessoas travaram sérias brigas internas, até que aceitassem sua condição sexual, então isso não é desculpa. "Ela deve estar confusa. Quando um ‘macho de verdade’ pegar ela de jeito, aí sim ela vai se decidir"; mais uma afirmação preconceituosa, misógina e homofóbica. Segundo estudos feitos por universidades norte-americanas, não há possibilidade de "confusão" seja ela sexual e/ou mental. A Bissexualidade existe sim e não é uma escolha. O bissexual pode passar toda uma vida ao lado de um parceiro do mesmo sexo, sem sentir falta de nada que o sexo oposto tenha a oferecer-lhe, pois independente da sexualidade, felizmente existe amor e este sentimento é essencial.

Literatura LGBT e o Arcaico

Arcaico é o que se refere a uma fase ou as fases anteriores ao período de estabilidade ou de maturidade de uma cultura, organização social, estilo artístico, língua etc. E por que usei a palavra "arcaica" neste contexto? Porque ainda não encontrei uma expressão que faça jus a atual situação.

"Lá vem ela de novo". "Ah! Estão surgindo novas escritoras."

Sim. Estão. E quem tem feito um trabalho de divulgação e visibilidade com elas? Ninguém. Quem já fez um documentário mostrando o cenário ATUAL da literatura LGBT no Brasil? Eu respondo. Ninguém.

Então posso ou não reclamar? Claro que posso. Estou no meu direito de consumidora não satisfeita. É verdade que existem uma leva de novas escritoras se lançando de forma independente, mas NECESSITAM de VISIBILIDADE e de onde virá essa tal visibilidade? Do próprio meio. Porque já que é para se vangloriar de ser "veterano", no maravilhoso mundo da Literatura Lésbica deveríamos contribuir acolhendo e apresentando aos holofotes esses não tão novos nomes que podem escrever os futuros best sellers do universo LGBTQ.

Autoria: Dama da Noite
Publicado na Page Falando Sem Preconceito


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