Romance - (Des)Encontros Amorosos - 8

 



8. Supressão

Voltamos ao início do ciclo e vou explicar algumas coisas.Quando eu já tinha arranjado um apartamento para morar e um serviço razoável, no finalzinho da graduação, comecei a mandar uns valores para meus pais. No início era pouco, haja visto que tinha contas a pagar. Então Rose quis sair da República e colou junto comigo. 

Eu tinha um elo muito forte com Damasceno Filho e Dariana. Ao ponto de um sentir como oooutro estava. Talvez porque na família quem ía nascendo ajudava a criar o próximo e eles, de certa forma, me criaram. Iria fazer 15 dias que eu não ligava para casa e uma sensação angustiante me perturbava. Acabei antecipando o telefonema e quem atendeu foi Donizete, aos prantos, contando que havia ocorrido um acidente com nossos pais, Júnior e Dara. 

Aquele aperto no peito, a angústia e uma gama de outros sentimentos me invadiram. Pedi que ela me mantivesse informada. Esperei Rose chegar da farra e comuniquei que estava voltando para o interior. Quando contei os motivos, ela se prontificou a me acompanhar. Nunca serei grata o suficiente a ela pelo apoio que obtive.

Enfrentamos aproximadamente cinco horas e meia da capital até a nobre cidade de Apuarema, uns trezentos e quarenta e três km de distância e pouco mais de sete mil habitantes. Chapada do Ouro era uma vila nos arredores da cidade.

Nos poucos anos depois que sai de lá houveram melhorias. Dentre elas, o hospital onde meus pais e irmãos se encontravam. Dos quatro que deram entrada, dois estavam fora de perigo e os outros dois na unidade e terapia intensiva. Foram três dias de agonia até que meus irmãos tivessem uma pequena melhora. 

Quando cheguei lá. Ambos estavam acordados e sem aqueles equipamentos todos. Brevemente conversei com ambos e lembramos de nossa infância, das brincadeiras, da morte prematura de nosso irmão e tantas outras pérolas. Antes de ir embora, me despedi de ambos com um beijo na testa e nossa frase: " Amo tú mais que tatú". 

Ah! A dor já não é mais tão profunda... Saí do hospital e passei no mercado para abastecer  cozinha da casa. Os mais novos se desnortearam sem mãe em casa. Havia deixado Rose aos cuidados de Doni. E foi assim que as encontrei ao chegar em casa. Sentadas lado a lado e sérias. Perguntei o ocorrido e me disseram que deveríamos voltar ao hospital. Tudo bem.

Quando chegávamos na ala em que meus irmãos estavam, havia muita movimentação e corre corre de um quarto para o outro. Antes que eu pudesse processar aquele tanto de ações um bip soou. Longo e contínuo. Bip duplo. Aquele barulho infernal anunciava que eu tinha perdido meus dois irmãos mais amados. Desabei em choro e gritos ali, no corredor do hospital, uma enfermeira ajudou a me erguer e aplicou uma injeção calmante devido ao estado de choque que fiquei. Essa foi a primeira peça a cair para que o efeito dominó começasse.






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