Nossa Forma de Amar - Capitulo XXXIV


34 – Revelações Ainda Que Tardias


O dia amanheceu ensolarado para todos, com exceção de uma pessoa que nem havia fechado os olhos. Passou a noite bebendo e pensando em como abordar Luiza sozinha já que ela não deveria estar em casa.

Depois de muito pensar decidiu dar um tempo e esperar as coisas se assentarem. Não sabia se ela havia chamado a policia para investigar o “roubo” então pediria para seus irmãos vigiarem. Terminou o ultimo gole de sua bebida e deitou para dormir chamando seus irmãos.

-vocês vão lá no meu lugar. Num sei se tem alguém da policia e não posso ser pego.
-certo irmão. Nós vai e volta com noticias. – saíram deixando o sujeito pensativo.


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O casal de apaixonadas tomava o café da manhã conversando sobre essa mudança inesperada e o que deveria ser feito.


-Vou prestar queixa e depois ligar pra mãe.
-Fale com carinho e delicadeza para que ela não leve um choque.
-Farei isso sim. E você me deixa na delegacia?
-Claro. De La vou trabalhar e passo na mãe quando voltar. – Milena levantou-se e foi até o aparador. Pegou uma das copias da chave da casa e voltou-se para junto de Luiza. – Não queria que fosse dessa forma, mas já que as circunstancias aceleraram o processo. Tenho algo a te dar.
-Não é o que estou pensando, é? – Embora fosse por uma causa “torta”. Luiza não esperava que Milena lhe disponibilizasse a chave da casa. Talvez mudasse sua rotina, mão não a chave do seu castelo.
-Não existe castelo sem rainha. As chaves vossa majestade. – depositou o chaveiro nas mãos tremulas de sua amada. Sabia o significado dessa ação e não se arrependeria.


Luiza pulou em seu colo beijando-a o que causou cócegas e risos na morena. Depois dessa sessão de beijos e risos seguiram para a delegacia.


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-Mãe, Mile e a namorada estão bem. Ela ligou. Deixou a garota na delegacia. Parece que não roubaram nada de valor.
-Não estavam atrás de um objeto. – Lucimara olhava o nada.
-Como assim? O que a senhora sabe?
-Nada, meu amor. Mas espero que também não seja alguém obsecado por uma das duas. Não existe dor maior que rejeição e faz qualquer um perder as estribeiras.
-Os orixás as protegerão.
-Meu amor, infelizmente tem situações que nem orixá, nem protetor, nem qualquer outra entidade pode interferir.


 Beijou a testa de sua filha e foi ver como estava Luis Carlos. Os ritos finais da iniciação dele aproximavam-se e temia ter que afastar Milena de sua amada sabendo que a situação complicaria.


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Maria havia terminado de retirar a mesa do café quando seu celular tocou. Olhou ao redor e certificou-se que José não estaria perto. Atendeu sua filha.


-Mãe. Sua benção.
-Nosso Senhor te abençoe filha. O que houve?
-Preciso falar algo a senhora.
-Diga.
-Ontem quando cheguei em casa e entrei a porta que dava acesso ao quintal tinha sido arrombada.
-O QUE? VOCE ESTA BEM? NÃO LHE FIZERAM NADA? PELO AMOR DO SENHOR! – José assustou-se com a repentina que sua esposa deu e foi em direção a cozinha saber o que se passava.
-Calma mãe. Respira. Nada aconteceu. Estou bem... Na casa da minha namorada.
-Mas você esta sendo bem cuidada?
-Estou mãe. – Luiza sorriu ante a preocupação excessiva.
- Então tudo bem. O Senhor vai lhe proteger. Preciso desligar agora, seu pai esta saindo.
-Beijo mãe.


Ao virar-se se deparou com Jose a observando em silencio e depois de certo tempo perguntou.


-Quem era ao telefone?
-Nossa filha. -  a mulher falou saindo da cozinha.
-Não tenho filha. – o homem falou com voz calma.
-Tem sim. A única que nosso Senhor me deu. A única que meu ventre teve condições de sustentar.
-Não tenho filha para se render as artes do demônio. – o homem se exaltava. – prefiro morrer a ter uma filha servidora do anti Cristo.
-E um filho fora do matrimonio você prefere, né?! – Maria lançou com o olhar e a voz carregados de magoa.
-Como é? O que disse? – o homem não acreditou no que ouviu.
-Você pensa que não sei dos depósitos que você faz mensalmente para a conta de uma mulher? Que provavelmente sustenta um filho bastardo. Eu vi os extratos no dia que faxinei essa casa canto por canto. Em um fundo falso no guarda roupa. Depois os telefonemas misteriosos e as viagens alegando congressos para pastores. A peça que faltava foi uma carta de uma moça falando que o “nosso menino” era esforçado e temente ao nosso Senhor. Julga NOSSA FILHA como se fosse o próprio Judas sabendo que és tão errado quanto ela.


O homem ficou sem reação diante de tamanha fúria contida e apenas ouvia o que sua mulher despejava.


-Em Êxodo 20:14 diz que “não adulterarás” e mais. Provérbios 6:32 Mas o homem que comete adultério não tem juízo; todo aquele que assim procede a si mesmo se destrói.” Tu és um pastor hipócrita que prega a salvação, mas não é capaz de cumprir sua função na condução do rebanho do Senhor. – a mulher gritava para o marido que sem perspectiva do que fazer para conte-la fingiu uma dor forçando o fim da discussão.
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