Nossa Forma de Amar - Capitulo XXX


30 – Prevaricação


Mas o homem que comete adultério não tem juízo; todo aquele que assim procede a si mesmo se destrói. (Provérbios 6:32)



José experimentava mais uma vez a sensação de estar em um ônibus de viagem rumo a Santo Estevão no interior do estado. Dias antes havia recebido uma ligação pedindo seu comparecimento. A sua esposa disse ser uma congregação amiga pedindo auxilio. Mentira. Uma das inúmeras que ele frequentemente utilizava desde aquele dia.


Anos atrás José foi convidado a uma reunião de pastores no povoado de Santo Estevão. Irmãos de congregações variadas ficaram hospedados em um hotel fazenda que serviria também para o retiro espiritual deles. Assim que chegou ao local maravilhou-se com as instalações e o espaço. Um lugar lindo e tranquilo. Deixou sua pequena mala em um quarto que dividiria com um outro pastor e foi conhecer o resto do local.

Ao chegar à sede do hotel, os anfitriões já os esperavam para um pequeno passeio. Conheceu as áreas onde os animais ficavam, os riachos e cachoeiras e todas as maravilhas oferecidas no local. Sem duvidas, obra de Deus. Voltaram a tempo do almoço e após o descanso seguiram para o espaço onde seriam ministradas as palestras.

O dia foi produtivo para todos. Trocaram experiências de como “conduzir seu rebanho” e deram seus testemunhos. A noite haveria uma pequena confraternização na associação de moradores da cidade.

Os pastores Hermínio e Otacílio conversavam na mesa enquanto olhavam algumas das moças que faziam parte da igreja. Cochichavam sobre qual era a mais bonita e José sentia-se incomodado, pois todos eram homens de Deus, casados e deveriam ser fieis.


-Na bíblia esta escrito que adultério e cobiça são pecados, irmãos. Vocês bem deveriam saber. – retrucou o homem.
-Nós sabemos irmão. Não estamos em pecado, apenas comentamos que são moças bonitas. – Hermínio respondeu.
-Não vá nos dizer que o senhor nunca olhou nenhuma moça de sua igreja, irmão? – Otacílio perguntou.
-Sim.
-Então irmão. Veja aquela morena do vestido de seda parecendo uma boneca de porcelana de tão delicada. Que homem não gostaria de desposá-la? E parece que ela olha para cá. Deve ser seu charme, irmão José. – Hermínio brincou.
-Vocês são doidos. – José levantou-se furioso e seguiu em direção ao balcão de bebidas. Pediu uma dose de uísque. Volta e meia olhava a jovem alvo da divergência na mesa.


Sorveu com vontade. Pediu outra e mais outra. Quando deu-se conta havia bebido toda uma garrafa. Sentiu-se tonto ao desencostar do balcão e sentiu duas mãos auxiliá-lo. Um perfume doce e uma voz feminina falar.


-Vamos, irmão. O levarei até o hotel fazenda.
-O... bri... gada. – conseguiu dizer depois de dois engasgos com a palavra.

A moça o levou, solicitou a chave de seu quarto e o colocou na cama retirando seu sapato. Quando se preparava para sair ouviu a voz baixa e grave do homem a chamar. Aproximou-se para ouvi-lo e sem que esperasse sentiu-se puxada e agarrada por lábios vorazes e o odor do uísque. Tentou livrar-se, mas cedeu ao ouvir os elogios que o homem lhe fazia. A noite foi regada a sexo do mais carnal e selvagem.

José acordou com a cabeça doendo e sem lembranças de como chegou ao quarto. Assustou-se ao se deparar com aquela moça aparentemente nua e dormindo ao seu lado. Fechou os olhos e orou aos céus que não tivesse feito novamente aquilo. Beber sem controle e acordar na cama de uma mulher. Controlava-se o máximo para que não o ocorresse.

Ainda temeroso acordou a jovem que se identificou como Carmelita e narrou com riqueza de detalhes o que ocorrera. A mancha de sangue na cama era a prova da pureza antes intocada dessa moça. Depois de muita conversação o caso foi abafado para que sua esposa não desconfiasse desse deslize.

Passados três meses daquele dia, já havia voltado a sua rotina quando recebeu um telefonema marcando um encontro em uma pousada perto da sua casa. Ao chegar deparou-se com a barriga saliente da moça engolindo a seco. Já imaginava o motivo de tão repentina visita. Acordou valores e mais uma vez o sigilo da moça. Ajudou com as consultas mensais e no dia de saber o sexo da criança a acompanhou não se contentando de alegria ao saber se tratar de um menino. O varão que sua esposa não pode lhe dar.

O nascimento de Samuel foi realizado em um hospital na região metropolitana da capital para que o pai pudesse acompanhar o parto. Seu crescimento e desenvolvimento foram acompanhados a distancia. Alegrou-se em saber que o filho era um menino religioso e um aluno aplicado e que tinha o sonho de ser médico para segundo o próprio Samuel, usar o dom dado por Jeová em beneficio da saúde dos homens. Assustou-se com o telefonema de Carmelita avisando que o filho estava internado com suspeita de pneumonia e chorava desesperado pedindo o pai.

Assim que chegou foi direto para o hospital. A mulher já havia dito em qual quarto o menino estava. Enquanto conversava com o filho que estava mais calmo ao ter a presença do pai o medico entrou dizendo que as suspeitas eram infundadas e que brevemente o garoto iria receber alta.
Após saírem de lá, foram para a casa de Carmelita. A noite se avizinhava e José dormiu lá. Assim que amanheceu despediu-se do filho e da mulher voltando para sua casa. Voltaria para sua esposa.



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Luisa e Milena matavam a saudade dos dias sem tocarem-se através dos beijos e das caricias mais ousadas. Luisa encontrava-se sentada em seu colo de frente para a morena alta enquanto beijos gulosos eram trocados. De repente a baixinha encerra o beijo pedindo de forma dengosa.


-Amor, vamos pro quarto.


Milena a olha sorrir e pergunta-se como não se apaixonar pela sua flor. Sem dizer uma palavra a beija novamente e a levanta em seu colo indo em direção ao quarto. Precisava sentir sua pele e ser tocada por ela. Era mais que necessidade, era vital. O casal de namoradas passa a noite entre momentos de amor e troca de carinhos.

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