Nossa Forma de Amar - Capitulo XX


20 - A Ocasião Faz o Ladrão

Desde que passaram a morar em um casebre ao fundo da igreja, Moisés e seus irmãos quando não estavam em algum serviço estavam pensando em como descobrir o endereço da filha do pastor.


-Mano ta difícil de nós conseguir.
-Ta não mano. Só temos que fazer a mãe dela pegar o endereço.
-Oxe! O velho não disse que não tem mais filho?! – Venâncio perguntou.
-Quando me acusaram e o pai me expulsou o que a mãe disse?
-Que filho é pra toda vida. Entendi mano, oce vai fazer ela pedir. Como?
-Seu Jose chamou nós pra comer lá de novo. Tu vai ver.


Foram para a casa do pastor. Enquanto os irmãos distraiam o velho homem, Moisés começou a puxar conversa com a senhora que estava terminando de tirar os pratos sujos da mesa.


-Hoje em dia ta tudo pirigoso. Tava assistindo o telejornal e passou uma moça novinha assim como a filha da sinhora que fizeram maldade.
-Mas nosso Senhor vai proteger minha filha. – a senhora lavava os pratos tão concentrada que não percebia as intenções do homem.
-Oh groria! Mais é sempre bom precaver, a sinhora deve sempre de ter contato com sua filha. Ir na casa dela. essas coisa de mão. Vou ver meus irmão que já ta na hora de nós voltar pro sirviço.


Moises saiu da cozinha deixando a senhora pensativa. Não tinha o novo endereço da filha e por mais que não quisesse sabia que Moises tinha razão. O mundo estava piorando. Os noticiários só passavam tragédias, guerras por motivos fúteis, filhos matando os pais por dinheiro ou vingança, os países mais ricos tendo crises.


Não tenho mais duvidas de que nosso Senhor Jeová está voltando para separar os justos dos ímpios. Preciso falar com Luiza urgente. – a senhora pensava enquanto procurava o celular sem perceber alguém a sua espreita.


-Oi mãe.
-Filha você esta bem?
-Sim. O que houve?
-Nada não. É que passa tanta noticia ruim nos jornais que liguei pra saber de você.
-Estou bem. Já mudei mãe. Não é uma casa grande com todo conforto, mas dá para sobreviver.
-Qual endereço?
-É aqui no mesmo bairro só muda a rua.
-Ah filha. Que bom que é aqui no bairro. Que rua?
-Governador Otavio Mangabeira e o numero da casa é doze.
-Me deixa anotar aqui. Rua Governador Otavio Mangabeira, casa doze. É isso?
-Isso mãe.
-Ta bom filha, que nosso Senhor te proteja.
-amém!


Um sorriso que inspirava arrepios surgiu no rosto de Moises. Havia conseguido o que almejara. Desde criança tinha facilidades em gravar textos e endereços sem sequer repetir alguma vez o que lhe fora falado. Agora era por a outra parte do plano em pratica. Voltou pra sala e após meia hora de conversa despediu-se dos anfitriões alegando serviço em excesso. No caminho contou aos irmãos o que descobriu.


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Simone já tinha arrumando um grande relatório sobre a associação e estava catalogando tudo para levar a Lucimara. Depois do almoço no restaurante e daquela bela visão de curvas morenas perdeu um pouco da concentração. Volta e meia se pegava pensando no sorriso, no rebolado ao andar e no brinde que fizeram.


Sai de mim, pensamento. Amo Milena e só tenho olhos para ela... Mas que era gostosa! Ah, isso era. – sorriu de seus pensamentos e voltou a trabalhar incansavelmente.


Quando já estava para fechar seu expediente recebeu um telefonema do seu chefe pedindo que ela comparecesse em seu gabinete. Após quinze minutos ela bate na porta e é autorizada a entrar. Um senhor de cabelos já grisalhos a aguardava.


-Diga Antonio.
-Tenho uma cobertura e gostaria que fosse sua. Vai haver uma conferencia com espiritas de todo o mundo na Mansão do Caminho do Divaldo Franco e gostara de uma cobertura e ninguém menos que a melhor nesse para assumir.
-Aceito.

-Ótimo! Vamos. Acertar os detalhes. 

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