Crônica - A Preferida


Hoje acordei pensando sobre o Dia dos Professores e lembrei-me de minha infância e adolescência. Sim. Já me apaixonei, ou melhor, já me encantei por algumas professoras. Mas não pela beleza física e sim pelo cuidado e carinho que ela nos tratava mesmo quando tirávamo-la do sério. Nunca levantou a voz pra nos repreender.

Foram tantas as professoras que passaram pela minha vida, não só acadêmica. Cada pessoa que passa em nossa vida nos ensina algo. A primeira namorada nos ensina as dores e delicias de um relacionamento lesbico. A primeira decepção também, mas como dizem decepção não mata, ensina a viver.  Depois vêm as outras namoradas, outros ensinamentos em algumas partes outras decepções, outros sorrisos, outros jeitos de olhar e levar a vida.

A minha preferida não é professora, na verdade é e não é. Não é formada em magistério, nem letras nem nada que possa ser lecionado em sala. Mas foi e continua sendo a minha professora. Ela me ensinou coisas muito importantes como andar, falar, tentar alcançar a chave da porta de casa aprendi só.

Ela me ensinou a falar algumas coisas. Minha primeira palavra foi digamos que original, não comentarei aqui. Ela me ensinou valores, as diferenças entre o certo e o errado, que não devemos julgar apenas pela aparência nem condenar sem provas.

Quando eu resolvi ter a derradeira conversa com ela sobre sexualidade, a minha para ser mais especifica foi algo pensado com todos os prós e contras. E nossa! Como as subestimamos. A resposta que tive depois de desabafar o que já me sufocava foi tão... 

Nem sei que palavra escolher, mas ela me disse que não tinha vergonha de mim que pelas lutas que enfrentei e enfrento todos os dias, nunca baixei minha cabeça, já chorei escondida no colo de um amigo pra ela não saber os motivos que me afligia. Que tudo aquilo fazia de mim uma vencedora, uma guerreira e não seria este “detalhe” que mudaria.


Por esses e outros motivos elejo ao posto de professora preferida ela; minha mãe.

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