Nossa Forma de Amar - Capitulo XIV


14 - Baú da Saudade

A conversa com Simone durou mais do que Lucimara inicialmente pretendia. Ouviu a proposta que lhe era feita com todos os pontos a favor e contra, argumentou e expos suas pontuações quanto ao que achava importante.

Depois de tantas concordâncias e discordâncias, enfim chegaram a um acordo. Lucimara ficou de reunir alguns documentos de registros que fossem importantes tanto do terreiro quanto da associação e entregaria copias dos mesmos a ela. As historias ficariam por conta dos filhos e membros mais antigos das casas.

Elas despediram-se e cada uma seguiu para seus afazeres. Lucimara continuava com o pé atrás em relação à jornalista. Simone sorria feliz por ter conseguido dar o primeiro passo; se manter ao redor de sua presa. Agora era seguir com o plano.

Lucimara entrou em seu quarto e certificou-se da porta estar trancada. Pegou uma pequena escada que continha dois degraus abriu-a em frente ao guarda-roupa, subiu e pegou um baú que ficava bem no cantinho. Escondido atrás de malas e presentes. Com cuidado o depositou em sua cama. Pegou a chave que ficava em um fundo falso do seu porta-joias e o abriu.

A primeira foto era de sua tão querida mentora e saudosa Vó Anália. Uma foto tirada no dia do seu batismo na pequena igreja da cidade. Sua mãe e sua avó segurando suas pequenas mãos e sorrindo seu sorriso peculiar. De canto. Sorriso de quem muito observa e nada revela. As três de vestido branco e anáguas por baixo, como ditava a moda daquela época.

A segunda foto tirou-lhe um sorriso e um suspiro. Era a família feliz com a chegada da princesa Milena, como Rômulo insistia em chamar a pequena. Lucimara, mãe de primeira viagem, segurava a pequena toda em volta de um manto azul celeste feito especialmente para a saída do hospital. Rômulo, também marinheiro de primeira viagem nessa embarcação, babando pela pequena. Os olhos brilhavam de felicidade. Ambos sorriam e a pequena dormia alheia a tudo que se passava naquele momento.

A terceira foto era de Dalila saindo da maternidade. Enrolada em um manto verde claro, com os olhinhos bem abertos em uma expressão séria. Quem olhasse de relance diria que estava enfezada. Lucimara sorriu. Já era assim desde pequena. O pai carregava Milena para que ela visse a irmã. Quando os olhares se cruzaram, as pequenas sorriram. Nascia assim a cumplicidade entre as irmãs.



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Assim que saiu da agencia, Milena passou no hotel para levar Luiza até a casa de sua vizinha que estava alugando-a. ao chegarem, Lucia, uma senhora beirando os cinquenta anos as aguardava. Viram a casa que estava em perfeitas condições de uso e acertaram os valores e por a casa já esta mobiliada Luiza faria sua mudança no dia seguinte.

                                                 
-Terei uma vizinha muito atraente. – Milena disse abrindo a porta de sua casa.
-Hum! Espero que ela não apareça na sua porta com aquelas camisolas bem sexy e uma xícara na mão dizendo: Oi vizinha, meu açúcar acabou. Você poderia me dar um pouquinho?


Milena sorriu das caras e bocas que Luiza fazia ao imitar tal vizinha e a abraçou se jogando no sofá e fazendo-lhe cócegas. Passaram um tempo namorando e conversando no sofá quando um forte trovão roncou no céu, junto com uma chuva inesperada.


-Nossa! O céu não estava assim quando chegamos. - Luiza referia-se as nuvens carregadas de chuva e relâmpagos que clareavam o céu.
-Eu encomendei essa chuva para ficar mais tempo com você. – Milena exibia seu sorriso sedutor.
-É mesmo? E o que pensa fazer comigo aqui, nessa sua casa, ilhada?


Milena aproximou-se com passos felinos da jovem morena sem perder o encanto da troca de olhares. Acariciou o rosto adorado causando arrepios na pele morena. Lentamente aproximou seus lábios dos lábios com gosto de mel.

O beijo a principio foi suave, tímido. Beijo de descobertas. Conforme as mãos desbravavam os corpos a intensidade do beijo aumentava ao ponto de separarem-se em busca de ar. Nesse momento as luzes apagaram-se.


-Parece que sua encomenda foi pacote completo. – sorriu Luiza.
-Me encantei por você desde a primeira vez que te vi no saguão do aeroporto e cada dia esse sentimento cresce um pouco.
-Você é tão linda, Milena. Eu não planejava me apaixonar, mas esse seu jeito conquistador e sorriso me conquistaram.
-Eu quero você... Como jamais desejei alguém.
-Faça-me sua.


Trocaram um beijo terno e foram caminhando de mãos dadas para o quarto de Milena. O quarto era espaçoso e tinha tonalidades azuis e brancas. A cama de casal centralizada e forrada com um edredom de retalhos, ao seu lado um pequeno criado mudo na cor branca com um abajur e um porta-retratos com a foto de sua mãe e sua irmã.

Pararam do lado da cama e reiniciaram o beijo. Com cuidado Milena deitou Luiza em seu leito retirando peça por peça até que esta ficasse completamente nua. Admirou o corpo de sua anja. Iniciou a despir-se lentamente. Lentamente deitou-se por cima da morena distribuindo beijos pela pele morena arrancando-lhe gemidos e sussurros incompreensíveis.

Desceu do pescoço para os seios. Beijando-os, lambendo, sugando e mordendo. Luiza contorcia-se de prazer ao mesmo tempo em que acariciava os cabelos de Milena incentivando-a. após uma deliciosa tortura nos seios morenos, Milena continuou sua exploração de beijos pelo ventre moreno. Sua pequena instintivamente abriu suas pernas acomodando a outra entre elas.

Ao chegar em suas coxas, Milena as cheirou e beijou sua virilha. Olhando nos olhos amendoados viu a autorização que precisava. Iniciou a brincar com o sexo da morena absorvendo todo o mel que dele saia presenteando-a com tão maravilhoso néctar.

Estimulava o clitóris com sua língua, com uma mão segurava o ventre da morena e com a outra a penetrava com dois dedos. Os gemidos aumentavam na medida em que as estocadas aumentavam. Um grito ecoou junto com um trovejar. O tão esperado orgasmo arrebatou a morena deixando-a esgotada.

Milena deitou ao lado de sua amada fazendo-lhe carinhos enquanto aguardava que sua respiração normalizasse. Luiza permanecia com os olhos fechados tentando acalmar seu corpo e as sensações causadas nele. Ao abri-los viu um lindo sorriso e ganhou um beijo doce.


-Nunca senti nada tão avassalador.
-Que bom que lhe proporcionei essa sensação.
-Sim. – com os olhos semicerrados e um sorriso perigoso disse. – agora é sua vez.

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