Nossa Forma De Amar - Capitulo I
Sinopse
Duas famílias que não simpatizam, um
amor impossível, um fator que pode ser o maior dos empecilhos. As religiões
adversas e seus preconceitos. Todos os temperos para um romance Shakespeariano
ou inspirado nele. Será que em pleno século XXI o final épico dos jovens
amantes irá repetir-se ou um final surpreendente lhes fora destinado por
Olorun, em sua infinita bondade e sabedoria? Será um amor abençoado por Deus e
os Orixás? Luiza e Milena terão de descobrir da melhor forma; vivendo-o.
1 - Regresso
Aeroporto Governador André Franco
Montoro (Aeroporto Internacional de Guarulhos)
Em um saguão abarrotado, Milena e
Ângela trocavam abraços saudosos e promessas de se verem o mais breve que
pudessem.
-Ai amiga, vou sentir sua falta aqui
em Sampa.
-Assim que você sair de férias irá me
visitar. Não abro mão de que conheças as delicias da Bahia.
-As baianas principalmente. – ambas
riram.
Nesse instante uma voz soou nos
autofalantes espalhados pelo aeroporto. – Passageiros
do voo 4826 com destino a Salvador, embarque no portão 9.
Enquanto acompanhava a fila, Milena
viu aquela pequena figura que corria para alcançar o portão. Tão graciosa que
fez um pequeno sorriso brotar no canto dos lábios dela. Conferiu a passagem e
embarcou. Sua poltrona era na janela e já pensava que ao seu lado poderia
sentar algum homem de meia idade que provavelmente puxaria assunto com ela ou
então cochilaria a viagem toda com direito a roncos. Intimamente desejou que
fosse a pequena do saguão sua companheira de viagem. Lembrou-se de sua mãe e da
festa que ela provavelmente faria por ter sua filha mais amada de novo sob suas
asas. Qual não foi a sua surpresa quando viu a jovem sentar-se ao seu lado.
Olorun dai-me calma para não cometer uma
loucura. Com esse mulherão ao meu lado, só Iemanjá para me acalmar. – Pensou e sorriu olhando para a janela.
Senhores passageiros, por favor,
colocar o cinto de segurança, pois o avião irá iniciar o processo de decolagem. – anunciava a comissária de bordo.
Luiza quase perdeu o voo graças a uma
festa surpresa aniversario de uma amiga e tinha bebido alem da conta. Não
bastasse isso ainda tinha o medo de avião apesar de viajar inúmeras vezes
sentia como se fosse à primeira vez, suas mãos suavam e ela começava a
sentir-se presa. Quando tinha 9 anos ficou presa dentro de um elevador e
descobriu-se claustrofóbica.
Milena ao ver o olhar assustado
daquela linda mulher de pele tão clara quanto algodão não pode deixar de
acha-la a criatura mais linda que já havia visto. Verdadeiramente preocupada a
ela dirigiu-se.
-Você esta sentindo algo?
-Só o de sempre, medo.
-É a primeira vez que viaja?
-Pior que não. Sou claustrofóbica.
-Se quiser pode segurar minha mão.
Luiza contemplou aqueles olhos
castanhos e o sorriso sincero e desinteressado que aquela mulher morena lhe
oferecia.
-Meu nome é Luiza e o seu?
-Milena. Então aceita? Eu não mordo. –
sorriu mostrando as duas covinhas que possuía.
-Ainda bem que não morde. – sorriu. -
Vou aceitar sua proposta. Apesar de que não costumo segurar a mão de estranhos.
Luiza e Milena conversaram durante
toda a viagem e descobriram varias afinidades. A cada assunto abordado eram
ideias e gostos em comum.
-Diga-me uma coisa Milena.
-Se eu puder saciar sua vasta
curiosidade responderei.
-Você esta me paquerando?
-Sim, desde o momento em que te vi na
sala de embarque não pensei mais em nada e graças ao destino percebi que sua
poltrona seria ao lado da minha.
-Então a sua ajuda tinha segundas
intenções?
-Não, minha ajuda é desinteressada. E
você agora que sabe o que pensa de mim?
-Que você é bem atirada, bonita,
interessante e que conseguiu mexer comigo em tão pouco tempo.
-Tenho chances então?
-Veremos.
-Não vou forçar nada.
Senhores passageiro, favor colocar o
cinto de segurança, pois iniciaremos o processo de aterrissagem, agradecemos
desde já a preferência dos senhores pela nossa companhia. – O piloto anunciava.
-Nossa! Chegamos e eu nem vi o tempo
passar.
-A conversa estava tão boa que não nos
demos conta.
-Você tem um papo agradável.
-Tenho outras coisas também, se quiser
posso te mostrar.
-É saidinha também.
-Desculpe, prometi me comportar.
-Será que eu quero mesmo que se
comporte? – sorriu de forma enigmática.
Ambas pegaram suas malas e se
dirigiram para a saída do Aeroporto Internacional Luiz Eduardo Magalhães em
direção do ponto de taxi. Decidiram dividir o taxi em vista que moravam
próximas uma da outra.
-Bom, eu desço aqui e você?
-Moro no fim da rua, quero dizer minha
mãe mora no final da rua minha casa é em outra rua.
-Então nos veremos em breve.
-Assim espero você não me deu o seu
numero. Como poderei te encontrar novamente?
Luiza anota em um pedaço de papel o
seu numero e entrega para Milena. Milena segue para a casa de sua mãe sem saber
as surpresas que lhe aguardavam.
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